← Back Published on

O caroço da neurose custa caro

Daí você tem algum problema de saúde. Pode ser nada, pode ser simples, pode ser sério. E você precisa fazer alguns exames. E você acha que está tudo resolvido. 

Não. Claro que não.

Porque você precisa de um exame que seu plano não cobre – porque ele acordou sem vontade de cobrir as coisas, é claro – então, você precisa desembolsar R$900,00 e mais uma pecinha "féladaputa" que vai te custar mais o dobro. Se rolar biópsia, fudeu, porque daí você precisa acrescentar na somatória o valor da coleta e na boa, torce pra ser uma só ou pede pro seu médico escolher a mais preocupante e largar o resto como está (parece que é assim que as coisas funcionam no mundo real).

Depois você precisa tirar sangue. Mais R$300,00. Sério, me dá a agulha que eu faço por aqui mesmo. No mundo em que eu moro tem muita gente disposta a tirar todo o seu sangue sem cobrar por isso. Assisti um capítulo de Lost (até onde deu pra aguentar, eu assisti Lost) e o Jack teve que improvisar uma transfusão de sangue. Usou bambu. Tipo “do it yourself”. No prédio vizinho ao meu tem uns bambus decorativos que eu posso afanar por uma boa causa e seguir em frente com o exame eu mesma. Centrífuga? Minha máquina de lavar tem essa função, tô sussa. Pra quê tratamento especializado?

Tireoide?! Hormônios, vocês me fazem rir. Sério, fazem mesmo, é científico. Mas pode deixar passar esse exame aí, eu dou uma controlada no sal e que seja o que as divindades quiserem.

E o ultrassom… Ah o ultrassom! Mais R$980,00! Sem problemas. Eu trabalho com televisão, devo ter competência pra segurar uma dessas nesses casos extremos. Entendo de conteúdo e programação; é só ligar a telinha, passar aquele gel e transmitir. Pode deixar que eu me viro também.
Sou autossuficiente e a essa altura já me diagnostiquei por conta própria: Estou muito bem, obrigada.

Mas vai dar tudo certo porque, aparentemente, meu plano de saúde caro é só o meu Plano B.